Debater, construir e implementar a execução de medidas socioeducativas é um desafio complexo e permanente para todos os atores sociais envolvidos no trabalho com adolescentes autores de atos infracionais, o que tem motivado, nas diferentes regiões do país, um conjunto de atividades de formação, debate e reflexão acerca da socioeducação. O evento que ora apresentamos insere-se nesse conjunto de atividades comprometidas com a efetiva implementação de políticas de atenção e promoção do desenvolvimento dos jovens brasileiros, particularmente os adolescentes entre 12 e 18 anos de idade a quem lhe foi atribuído o cometimento de atos infracionais e, por isso, cumprem medidas socioeducativas.
A proposta de realização do Simpósio Nacional em Socioeducação: a escolarização e o atendimento socioeducativo em perspectiva emergiu da trajetória e das atividades realizadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento Humano e Socioeducação (GEPDHS) da Universidade de Brasília (UnB) e ampara-se nos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da Resolução nº 119/2006 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), bem como das Diretrizes Nacionais para a efetivação do direito à escolarização de adolescentes em atendimento socioeducativo.
Sendo assim, à luz das especificidades da política socioeducativa, dos parâmetros do ECA, do SINASE e das Diretrizes Nacionais para escolarização de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, esse Simpósio é, ao mesmo tempo, um evento de natureza científica e profissional, pois que propõe explorar temáticas transversais ao campo da investigação científica e ao campo da atuação profissional.
Acreditamos que o debate de tais temáticas, associadas ao atual momento histórico e social, pode contribuir para o desenvolvimento de pesquisas e de intervenção no contexto socioeducativo, para a formação dos docentes e discentes de graduação e de pós-graduação das Instituições de Educação Superior do país, bem como para a formação continuada de profissionais que atuam na execução das medidas socioeducativas e de professores de escolas públicas que buscam o exercício crítico da profissão.